[Resenha] Put some farofa - Gregorio Duvivier

23 de dez. de 2014
Put some farofa – Gregorio Duvivier
Editora: Companhia das Letras
ISBN: 9788535925067
Ano: 2014
Páginas: 208
Classificação: 
Página do livro no Skoob / Compre!
Dont repair the mess. The house is yours. I make question. Pardon anything. Go with god. Come back always. Publicada em Julho de 2014, a crônica que dá título a este volume, que cria uma conversa imaginária de um brasileiro com um gringo visitando o Brasil durante a copa, rapidamente se tornou um viral de internet, até ser comentada em artigo do Washington Post. Trata-se de uma amostra da verve humorística embebida de zeitgeist, crítica ferina e muito afeto de Gregorio Duvivier, um dos autores mais promissores do Brasil na atualidade. Reunindo o melhor de sua produção ficcional, Put some farofa traz textos publicados na Folha de S.Paulo e esquetes escritos para o canal Porta dos Fundos, além de alguns inéditos. 

Durante os quatro anos de Omd foram raras as vezes em que outras pessoas, além de mim, publicaram resenhas por aqui. Admito que pode ser enlouquecedor administrar sozinho um espaço dedicado a literatura na internet, mas o que posso fazer se sou ciumento? Para 2015, estou arquitetando algumas mudanças. Promovendo o desapego! A primeira novidade é que terei o apoio do meu amigo Carlos (Carlinhos) nas resenhas do blog. A partir de hoje vocês poderão conferir a opinião dele sobre livros por aqui. Bem vindo, cara!

Resenha por Carlos Cavalcanti:
Logo de cara posso falar que ler Put some farofa é conhecer um pouco do Gregorio, aquele que a gente conhece no Porta dos Fundos e que namora/mora – namorava/morava – com uma das, na minha humilde opinião, moças mais fofas que eu conheço, Clarice Falcão. O livro contém mais do que apenas crônicas, é repleto de esquetes, roteiros, e quando disse que a gente conhece o Gregorio, é por algumas memórias da infância impressas em crônicas do tipo, Túnel do tempo (p. 137), Baixinho (p. 142) e Meu irmão (p. 151).

Muitos dos textos presentes no livro foram publicados entre os anos de 2013 e 2014, outros produzidos para o Porta dos Fundos e muitos outros inéditos no livro. O que mais se destaca neles é a maneira como cada texto (e vou falar texto, envolvendo crônica, esquete, roteiro e seja lá o que for mais) é construído: em geral são curtos, de duas ou três páginas, com linguagem muitas vezes coloquial e todo aquele humor característico do Gregorio. A respeito desse humor, posso destacar que ele é “dividido” junto com o livro: quatro partes. Quatro partes com assuntos bem diversos e que passeiam entre a crítica, a reflexão, o nonsense, a política, o amor (por que não?), a emoção.

Não costumo ler muitos livros de crônicas, sobretudo pela minha formação (onde aprendi que a crônica é um gênero que, como posso dizer, é facilmente deixado de lado por seu caráter mais cotidiano), mas posso afirmar que este livro tem um diferencial, bem marcado no humor, que imprime esses textos não apenas nos livros, mas arrisco dizer que faz saltar na cara do leitor e o convida a rir dele e com ele nas mais inusitadas situações como, uma consulta com o psiquiatra, uma terapia de casal, um encontro no restaurante, uma notícia de morte.

Aliás, é sobre a notícia de morte que obtemos os spoilers da vida. Esse é o título do último texto do livro, Spoilers (p. 196) e que talvez seja o texto mais bem-quisto, pelo menos para quem já leu. Ele consegue provocar um encontro entre o leitor e a reflexão da própria vida mediado pelas séries de tv. Confesso que ri quando vi o trechinho que fazia referência a Game of Thrones (uma das séries que acompanho e sou louco).

A leitura do livro é bem rápida e tranquila. Arrisco dizer até que chega a ser “gostosa”, por isso o livro levou minha classificação de quatro patinhas fofinhas (não leva cinco porque acredito cegamente que só um livro superultramegalegal que vai me destruir com a leitura é que merece levar as cinco patinhas fofinhas). O humor presente na obra faz você rir das mais diversas situações, até do ditado “A pressa é inimiga da perfeição e deseja a ela vida longa pra que ela veja cada dia mais sua vitória” (p. 120), e isso torna o livro bastante interessante, como já devo ter falado milhões de vezes. Mas apenas acrescentando mais uma, conhecer o Gregorio assim “de perto” dá até vontade de querer ter uma amizade platônica (entre o Gregorio e eu).


Carlos Cavalcanti, graduando em Letras (Português e Inglês) pela UFRPE, tem 20 anos e uma idade mental de pelo menos uns 800, com muito exagero. É apaixonado por livros e leitura e ainda sonha em escrever, ou quem sabe traduzir, algum romance (que não seja piegas). Gosta, sobretudo, de distopias, ficções, fantasias, suspenses e todas as leituras que prendem o leitor da primeira à última página do livro. 

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